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Como funciona a analgesia em obesos?

Hoje vamos falar sobre os cuidados especiais que são necessários com pacientes obesos em uso de analgesia, principalmente em caso de doses analgésicas altas.



Vamos focar um pouco nos conceitos de via aérea e respiração: pacientes obesos têm chances aumentadas de terem uma série de comorbidades clínicas, como, por exemplo, hipertensão, diabetes, trombose e também alterações respiratórias como apneia do sono ou restrições pulmonares.

A síndrome da apnéia do sono e outras disfunções respiratórias são muito comuns em pacientes obesos, principalmente conforme aumenta o IMC. Isso faz com que o paciente obeso seja mais propenso a obstruções de vias aéreas, tanto mais altas quanto disfunções mais baixas, pulmonares.

Imagine um paciente com um alto IMC tratando uma dor intensa usando doses altas de analgésicos: a maioria dos analgésicos utilizados hoje pela medicina da dor leva efeitos colaterais indesejáveis como sonolência, tontura e, em casos mais graves, depressão respiratória e obstrução de vias aéreas. Isso é um problema para todos os pacientes e normalmente se usam medicamentos em doses tituladas, começando com uma dose mais baixa e vai aumentando a dose devagar. Em pacientes obesos, isso é mais importante ainda, porque eles já têm um risco basal de obstrução de vias aéreas, aumentando o risco de efeitos colaterais de analgésicos para essa população de pacientes.

Por isso, é importante você avaliar com muito cuidado os pacientes que possuem o IMC alto e que estão utilizando altas dosagens de medicamentos pra dor. Nesses pacientes, pode ser necessária a suplementação de oxigênio em alguns casos e a necessidade do uso de CPAP, além da titulação cuidadosa já adotada para todos os pacientes.


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